Só vale a pena se for para sempre?

Lá pelos meus 14/15 anos, eu queria viver um amor eterno, que durasse para sempre. Que fosse lindo, que envelhecêssemos, ficássemos enrugados e chatos juntos. Acordar todos os dias vendo o mesmo rosto, fazer as mesmas coisas e falar para meus netos que o avô deles foi o meu primeiro amor.

É, as coisas mudam.

Nesse meio tempo, aprendi que o para sempre não existe, a menos que os dois morram ao mesmo tempo, no mesmo segundo. Se não, um se foi e o outro ficou. Cadê o “sempre”?  Para o que ficou não poder amar mais ninguém é injusto. Ele ficou e, portanto tem o direito de viver com tudo que “viver” inclui.

Nada é para sempre. Nada. Talvez nem os contos de fadas que eu lia quando era menor. Quem sabe como terminou a vida da Cinderela? Só sabemos da sua história a metade, e depois do casamento? Ninguém me contou o que aconteceu…

Quero viver as coisas pelo tempo que elas vão durar. Não me importa se será por 70 anos ou 5 minutos, pela menos vão acontecer.

Se formos viver apenas aquilo que é para sempre, viveremos apenas uma história, uma vida. E nisso, eu realmente não vejo graça. Minha alma de leitora e escritora pede experiências novas. Estórias, personagens e cenários novos.

créditos ao Casal Sem Vergonha

Super respeito os casais que estão juntos há anos e talvez nem tenham “experimentado” outras pessoas na vida. Mas sei lá, acho que o mundo tem tanta gente para nos prendermos a uma só ou nos privar de conhecê-las.  E nem me venha com papo de almas gêmeas ou “a gente se completa”. Sinto muito se você é apenas uma metade.

Confesso que até os votos de casamento tem me incomodado. “Até que a morte nos separe”? E se eu quiser me separar antes de morrer? Sei que esses votos de nada valem, é apenas tradição. Aliás, futuro marido, os nossos serão alterados.  Afinal, não da para ficar presa a outra pessoa por causa de uma promessa.  Tantas são quebradas, por que essa também não pode ser?

E mais uma vez eu estava em sincronia com o Casal Sem Vergonha… Eles postaram sobre o “sempre” também: http://www.casalsemvergonha.com.br/2011/10/21/eu-nao-te-amo-pra-sempre/

– P.


Um Novo Você – sonhos de uma mente perigosa.

Essa noite eu tive um sonho estranho.
Sonhei com um novo ele, um novo você.

Eu te conheço, mas nunca imaginei que sonharia com você.
Nós não somos nem tão amigos, não nos falamos muito, mas o sonho foi contigo.
Só D’s sabe porque.

Eu estava numa casa, não sei bem de quem, mas tinha uns amigos meus, poucos. Tinha também umas pessoas da minha família, como meu pai, o marido da minha avó e meu tio. Alguns pais e mães de amigos, conhecidos. E você, que eu nunca imaginaria estar ali.
Tudo corria bem, todos conversando, parecia ser uma reunião. Eu estava brincando com um bebê.
Até que o bebê começou a chorar.
Na frente de todos eu recebi um esporro descomunal e comecei a chorar.

Fui correndo para o quarto – mistura do meu com o de mais algumas pessoas que eu conheço – e fiquei a chorar por uns minutos.
Ninguém parecia se importar, ninguém entrara atrás de mim.

Saio em direção a sala, quando abro a porta lá está ele.
Você é alto, levanto a cabeça, nossos olhos se encontram.
Me dá um meio sorriso, vem por tras de mim e me abraça.
Apoio minha cabeça no seu peito, fecho os olhos e as lagrimas voltam a escorrer, transbordar.
Não entendo o porque de você estar ali, mas é o melhor que eu poderia querer.

Você me faz cócegas e, mesmo que geralmente eu não sinta, me faz rir.
Vamos caminhando em direção a varanda, abraçados, rindo.
Paramos assim, nessa posição, no parapeito.
Começa a me contar coisas sem sentido pra mim, aceno a cabeça, mostrando que estou ouvindo e entendendo.

Aos poucos vou me sentindo melhor, até que não lembro mais de estar chorando e volto a me perguntar que raios você fazia ali. Me pergunta se quero sair dali.
“Daqui a pouco, eu estou tão bem aqui”.

 – S.